A maldição do Tour
O ano finalmente começa e a previsão para Pipeline não agrada os mais exigentes; seria a maldição do Tour?
Para quem realmente ama acompanhar o circuito mundial de surf, a sensação é de que o ano só começa quando o start do CT é dado.
Desde que as regras mudaram o jogo, e Pipeline deixou de ser o palco das finais para inaugurar o tour, uma lenda tem ganhado força a cada ano.
Falo da “Maldição do Tour”. Segundo a lenda, os deuses e deusas do mar não aprovaram a mudança, e, desde então, os inícios de temporada têm sido marcados por condições desfavoráveis – para não dizer outra coisa.
Em 2025, a maldição parece se confirmar. Seus tentáculos de mau agouro se estenderam, trazendo previsões de marolas para Pipeline.
É sempre difícil agradar os mais exigentes – nem Jesus conseguiu, imagine a WSL. Mas a verdade é que todos esperam uma Pipeline clássica: tubos de moer carne e osso, canudos perfeitos e cristalinos, baforadas cinematográficas, séries em sequência. Essa é a fotografia ideal de Pipe.
No entanto, o surf depende de condições meteorológicas, e é quase impossível garantir regularidade. Diante desse cenário, a vida dos organizadores de eventos se torna ingrata, com anunciantes sedentos por audiência pressionando a cada início de etapa.
Não adianta romantismo nessa hora – é preciso pragmatismo. Afinal, os boletos têm que ser pagos.
Lembremos que, neste ano, o circuito não vai terminar em Trestles! Isso, por si só, já é um alento.
Ainda assim, é sempre tempo de avaliar certas decisões. Como bem disse um colega: “as etapas de abertura e encerramento do circuito poderiam ter uma janela de 21 dias”.
Que a maldição perca o fôlego e que Netuno decida prestigiar o mais alto nível do surf competitivo mundial.
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